perdido
sábias palavras mas carregadas de um dito popular antigo: “olha para o que eu digo mas não faças o que eu faço”.
pus-me a pensar o que escreveria sócrates no papel se o presidente da república o decidisse chamar para lhe pedir duas ou três prioridades.
será que o chefe de governo diria que era o combate ao suposto laxismo na educação? ou optaria pelo fim das listas de espera na saúde? talvez optasse pelo combate à morosidade da justiça, ou então pela construção de um novo aeroporto. e daí talvez não. será que a prioridade ia ser o comboio de alta velocidade? ou será o dito choque tecnológico de que todos ouvimos falar?
pensando melhor, josé sócrates escolheria, de certeza, a aposta na contenção do défice orçamental. ou optaria pela reorganização dos serviços desconcentrados da administração central? por mim, acho que o primeiro-ministro se decidiria pelo combate à fraude e à evasão fiscal, mas será que não escolhe antes o combate à pobreza?
não tem fim o número de coisas que o primeiro-ministro já disse que eram “absolutas prioridades”. ou seja, e citando as suas próprias palavras: “anda perdido”.