1.6.06

subivintchium

jack welsh, consagrado, antes da palestra dada, como um dos mais brilhantes gestores do seu tempo, passou pela província há poucos dias e fez uma declaração, qual 4º segredo de fátima, em que diz ser “humilhante para os portugueses a percepção que o exterior tem de portugal”.
obviamente que após tal infâmia o coro de indignados se uniu a uma só voz, qual bandeira pendurada em qualquer marquise de alumínio dos arrebaldes da capital. jack welsh deve saber pouco de bola porque no país dele joga-se com um melão mas parecia que estava a falar do patriotismo barato do povão da bandeira na fenêtre liderado pelo rei do cangaço em que se transformou no nosso “chefi da subi vintchium”… é que o “mundo exterior” deve ver com alguma perplexidade a comédia pegada em que se transformaram as balofas acções de patriotismo de vão de escada deste neo-colonizador às avessas. uma espécie de pedro álvares cabral invertido que veio descobrir para terras lusas o caminho marítimo para a alemanha…
pela difusa orientação do aprendiz de marinheiro ainda se engana e vai pela grécia o que, uma vez mais, não augura nada de bom… ou seja, recordistas da bandeira mulherenga e do calor humano, arriscamo-nos a voltar a ser enganados, meter a violinha no saco ao fim dos jogos com o irão e com o méxico e ficar a ver bom futebol o resto do campeonato do mundo.
entretanto o benfica e inglaterra arranjaram treinador e então scolari ficará a torcer para que algum tanso lusitano escorregue na armadilha da chicotada psicológica de dezembro para continuar na sua nova pátria amada… como diria chico buarque “ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso portugal… ou um império colonial?”
ivan dias